sábado, julho 20, 2013

Há um ano eu achei que era para sempre, mais de um, um e dois meses. Nunca foi para sempre, na vida nunca é para sempre, nem o presente, nem o futuro e nem o passado é para sempre. Especialmente o passado, aquele que não vivemos, que não sentimos, aquele passado em que tantas daquelas pessoas não cruzaram a nossa rua, o nosso bairro, o nosso destino, mas que no presente, de repente e por obrigação, parecem fazer forçosamente parte de nós.
Não há ninguém a descrever esta melancolia como o João Tordo, como eu sinto, como é tão chato, como é tão incompreensível e incompreendido. Mas eu entendo, há um vazio na alma que não tem fundo, nem cura, é como o universo, insondável e infinito, como é que se pode ignorar um buraco infinito? O universo não tem fim, e a alma também não. Se se vir assim a alma, se se a entender desta forma complexa e científica, talvez possamos ser um pouco menos melancólicos, menos em dor, menos em solidão e mais em estudo, em investigação de coisa infinita e todavia por explicar completamente. Os melancólicos. Que assunto chato. Não fosse o Fausto, " veste a mais garrida saia" que bonito, que épico, que redentor!
E deixo-me com isto para dormir.
http://www.youtube.com/watch?v=D0Mvy5uDWw8

domingo, maio 20, 2012

Queria avançar directamente para o quotidiano mas não posso... Preciso de me reintroduzir aqui, revalidar a presença, justificar-me a mim e localizar-me na geografia do corpo e do mundo. Também eu estou de volta, como nas Parestesias, depois de uns escassos segundos a decidir se num sítio novo, se ainda aqui. Mas foram escassos porque aqui é onde a preguiça e a verdade me trazem. A crise é a mesma, é a minha. E gosto das memórias. Não gosto do gap mas hei-de estar guardada, quando não aqui, noutro lugar qualquer que saberei encontrar.
Emociona-me muito voltar, é tudo tão diferente e tão igual desde a última vez. Tenho quase medo de ser demais e estou ansiosa e emocionada. É que tenho tanto que dizer, tantos planos não concretizados, como sempre, como para sempre, que registar... o meu último plano, concretizado até agora num único primeiro de mil passos necessários, é escrever as histórias que me lembro, das que conta a minha mãe, das que vivi, das que contava o meu pai, da memória de viver e da memória das palavras. Escrevi já uma destas histórias, como contarei a seguir.

Na minha última viagem de avião (classY seat 18A TP 1018 17 May Departure Time 18:45 Sequence nº 35), por bancarrota, li mais do que comprei, e avancei na Dublinesca.
Claro que tinha que gostar porque a narra um editor frustrado e tão falhado, só na cabeça dele mas esse é o falhanço total. A dada altura, ele escreve "Brooklyn, dijo Nietzky, es algo así como un inventario del universo y tiene la peculiaridad de que, mientras en muchas partes las diferencias étnicas son una fuente potencial de conflictos, aquí se convierte en armonía y con un ritmo más humano y más antiguo que el de Manhattan. Es un gran lugar, concluyó Nietzky." Tudo me inspirou e esta frase mais e lancei-me a escrever. Escrevi a minha memória da manteiga nos bolsos do casaco de linho a caminho de Luanda, isso fica para outro dia. E quero ir a Brooklyn, quero tanto ir a Nova York. Quero muito muitas coisas. Quero escrever. Até já!

quinta-feira, abril 02, 2009

foz do arelho foz do arelho foz do arelho foz do arelho


ainda bem que me lembrei que amanhã vou para óbidos e que esta viagem de 4 horas de ida-e-volta me sabe tão bem como todos os sonos de meditação que nunca consegui fazer. e ainda bem que me lembrei disto para carregar o ipod, e ouvir o mantra do prince a cantar nothing compares to you com aquela melodia que não sei dizer o tipo mas que é a essência da verdade porque é só swing! "-dont you just love prince? - more than life itself!". entendo, eu entendo, carissima história de fadas!
não sei porquê mas tenho-me sentido a ver de longe alguns dos meus amigos mais próximos, como se de repente não tivesse nada para lhes dizer. não tenho vontade de me rir das suas piadas, das que eram nossas, e penso que eles também não têm vontade de se rir das minhas, que agora são só minhas. e isto não me dá tristeza, porque os quero como sempre, só me causa alguma estranheza. no fundo o que sinto é que isto pode ser uma fase, ou até não, ser mesmo assim de agora em diante, mas é a verdade. e acho que chegou, talvez, a altura de decidir não ter medo da verdade, não alimentar a fobia da verdade a (des)conversar sobre o tempo estar feio. se for o silêncio, vamos admiti-lo. é que tenho fobia e insegurança e uma auto-consciência absurda e medo destas verdades das coisas que terminam e eram tão boas que não se quer deixá-las ir porque não faz sentido que terminem. mas se calhar faz, tal como há um ano atrás o mar estava a 20 metros da esplanada e no domingo estava a 3, as coisas mudam, todas, é a sua ordem natural, e às vezes não há volta. ou há, mas é preciso não obcecar, deixar fluir o que tiver que fluir, a verdade. é que fico tão preocupada em esconder a verdade, que me esforço de forma dolorosa para a forçar a não acontecer, falo do tempo, falo da hora do dia, falo depressa, e depois fico triste porque o esforço foi só meu. e é injusto. o esforço da verdade é o mais justo de todos. enfim, é a minha busca, se perco amigos pelo caminho, tenho pena mas vou querê-los sempre como já quis quando nos ríamos todos juntos muito. a ver no que dá, a ver se consigo deixar fluir o que for de fluir.

segunda-feira, março 30, 2009

Líbano, Beirut

A música, a música. Porque é que isto é ão bonito?

terça-feira, fevereiro 24, 2009

TPM

Estou com tpm, sinto-me uma adolescente feia, gorda e insegura, hoje pelo menos tenho desculpa.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

hoje enquanto conduzia do trabalho para casa, fiz um poema ao vinho tinto...







Beber é o exorcismo,
a criação,
o meu momento zen,
a meditação.




terça-feira, janeiro 20, 2009


Será que algum dia choramos tudo o que temos para chorar? E depois acaba-se a vontade para sempre?

terça-feira, dezembro 09, 2008

aperto de alma, saudades


Tenho tantas saudades deste cenário de vida e de morte, de luz e de sombra, de frio e de calor, tão necessário e tão supérfluo. Tantas saudades. Como de pessoas.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Voy a marcharme deprisa que aunque tu ya no me quieras a mí me quiere la vida

Não há o que dizer, só emoção que escorre pelos olhos, pela pele, pelo corpo, que puta de música! quero ir ver esta mulher!

terça-feira, julho 08, 2008

o que eu quero é mais

ser mais e viver mais. mais feliz e mais de tudo. viver bossa nova. caminhar bossa nova. rir bossa nova e sol e mpb. e viva os 50 anos. e viva milton nascimento e joão bosco. e viva a beleza da elis. rio de janeiro, rio de janeiro, copacabana. o coração do brasil. ser mais, ser tanto mais. tanto mais luz e paz.

domingo, julho 06, 2008

Tenho saudades do tempo em que me sentia sociopata, lia muitos livros e via muitos filmes, sofia de disturbios alimentares e a realidade sublime era a que imaginava. Entretanto passaram-se muitos anos desse tempo e continuo a achar que nao ha realidade tao sublime como a que imaginamos. a que vivemos é tao fugaz e imperceptivel e queremos tanto dela, esperamos tanto dela, atribuimos-lhe tanto que nem damos pela sua presença, tao dedicados que estamos a tentar pará-la. E de qualquer forma, realmente não é tão sublime, por cinismo ou perda de ingenuidade. Sem mais teorias. Tenho saudades de descobrir música, de sofrer como se não houvesse dia seguinte nem fuga possível, de chorar pelo amor. O amor que sempre me fez chorar. É impossível mantê-lo mágico.

segunda-feira, junho 02, 2008

ontem o céu caiu em cima da minha cabeça...


empatia
de em + Gr. páthos, estado de alma
s. f.,
capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas.


que catástrofe terminar assim um momento tão especial. que catástrofe não ser capaz de aceitar as limitações, as imperfeições, as incoerências. que catástrofe não conseguir libertar-me da fobia de ser, de não ser, de estar, de não estar, de existir, de ser perfeita. tenho fobia de ser imperfeita, isto tem tratamento? e escondendo a imperfeição, defraudo-me e superficializo-me. tenho fobia de mim.

quarta-feira, maio 07, 2008

Into the wild

"Step out of your confort zone, feel your life while you have it!" (Sean Penn)

terça-feira, maio 06, 2008

Clandestino

a noite vinha fria,
negras sombras a rondavam...
era meia noite
e o meu amor tardava...
a nossa casa, a nossa vida,
foi de novo revirada,
à meia noite
o meu amor nao estava.
ai, eu nao sei onde ele está
se à nossa casa voltará
foi esse o nosso compromisso!
e acaso nos tocar o azar,
o combinado é nao esperar
que o nosso amor é clandestino.
com o bebé, escondida,
quis la eu saber, esperei.
era meia noite
e o meu amor tardava...
e arranhada pelas silvas,
sei lá eu o que desejei...
não voltar nunca,
amantes, outra casa!
e quando ele por fm chegou
trazia as flores que apanhou
e um brinquedo pró menino.
e quando a guarda apontou
fui eu quem o abraçou!
o nosso amor é clandestino.

sexta-feira, abril 25, 2008

On beauty, Zadie Smith

'bora todos pôr microeólicas na janela?! diz:
a verdade é que nao é por termos uma pessoa que mudamos quem somos e de repente somos felizes
Raquel diz:
oh joanita eu sei...esta vida é mto estranha, mto estranha msm
'bora todos pôr microeólicas na janela?! diz:
sim, mesmo. eu as xs via aqueles episodios da anatomia de grey e irritava-me c aquela gente sempre insatisfeita. e agora percebo que nao é tao simples, nao ha cliques magicos, nao ha pocoes de felicidade. somos quem somos, como somos. temos aflicoes, temos inquetacoes
e o amor nao é a resposta para tudo. felizmente e infelizmente.
Raquel diz:
é isso msm...o livro esta msm a inspirar-te
'bora todos pôr microeólicas na janela?! diz:
dizes tu que estas melancolica. olha pra mim....!

Partido Revolucionário do Proletariado

"A arma é o voto do povo"
Hoje, 25 de Abril, celebro a liberdade, de todos os dias, de dia nenhum sem chorar porque já não estás cá. A liberdade absolutamente agrilhoante e avassaladora de te procurar em todas as pessoas, em todos os rostos, em todos os raciocínios, em todos os amores e amigos e família. E não te encontrar em lado nenhum. Cada vez menos te encontro nas pessoas, e sei que isso não é tanto pelo efeito do onirismo do tempo mas mais porque realmente não há mais ninguém que possa vir a ser tão mágico como tu. É que já não estás cá há quatro anos mas continuo sem conseguir exorcizar a dor de não ter podido sugar o tutano da vida com a tua poesia a acompanhar-me todos os dias. Tanta poesia, a tua. O motor da história, a poesia concreta, todas esssa quimeras que já só te diziam lembranças de um tempo de revolução adolescente mas confiante, segura e convicta e que insistias em relembrar. Mas só história. Agora apego-me à tua história como se fosse o meu presente e sei que me explicarias tudo, que tudo isto não significa nada para além de vidas passadas. Queria saber se foste feliz. E queria ter-te cá.

terça-feira, abril 01, 2008

Somewhere Over the Rainbow

"Generous... Be generous. With your time, with your love, with your life."

sexta-feira, março 28, 2008

Grey's Anatomy

É difícil querer alguma coisa que não se consegue obter. Mas as pessoas que mais sofrem são as que não sabem o que querem.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

if i was crying in the van with my friend it was for freedom from myself and from the land

devolves-me ao meu mundo com o teu jeito mágico de anjo caído. apetece-me chorar e é de liberdade.