quinta-feira, abril 02, 2009

não sei porquê mas tenho-me sentido a ver de longe alguns dos meus amigos mais próximos, como se de repente não tivesse nada para lhes dizer. não tenho vontade de me rir das suas piadas, das que eram nossas, e penso que eles também não têm vontade de se rir das minhas, que agora são só minhas. e isto não me dá tristeza, porque os quero como sempre, só me causa alguma estranheza. no fundo o que sinto é que isto pode ser uma fase, ou até não, ser mesmo assim de agora em diante, mas é a verdade. e acho que chegou, talvez, a altura de decidir não ter medo da verdade, não alimentar a fobia da verdade a (des)conversar sobre o tempo estar feio. se for o silêncio, vamos admiti-lo. é que tenho fobia e insegurança e uma auto-consciência absurda e medo destas verdades das coisas que terminam e eram tão boas que não se quer deixá-las ir porque não faz sentido que terminem. mas se calhar faz, tal como há um ano atrás o mar estava a 20 metros da esplanada e no domingo estava a 3, as coisas mudam, todas, é a sua ordem natural, e às vezes não há volta. ou há, mas é preciso não obcecar, deixar fluir o que tiver que fluir, a verdade. é que fico tão preocupada em esconder a verdade, que me esforço de forma dolorosa para a forçar a não acontecer, falo do tempo, falo da hora do dia, falo depressa, e depois fico triste porque o esforço foi só meu. e é injusto. o esforço da verdade é o mais justo de todos. enfim, é a minha busca, se perco amigos pelo caminho, tenho pena mas vou querê-los sempre como já quis quando nos ríamos todos juntos muito. a ver no que dá, a ver se consigo deixar fluir o que for de fluir.

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