sexta-feira, março 26, 2004

Aveiro também aqui, sem motivo realmente

estou ressacada, puta-que-pariu, pardon my french mas é uma sensação obscurissima (se soubessem o tempo que demorei agora a escrever esta palavra acreditariam...) parecida com obscurantismo que é qualquer coisa parefica com seráfico, que não sei bem o significado (agora ja sei que fui ver ao dicionario) mas que me parece assentar a preceito. enfim, estou de ressaca num espaço artificial, de iluminacão apática e amarelada, talvez seja aqui e agora o momento ideal para escrever sem medo. afinal há pessoas a virem aqui às vezes e isso faz-me impressão. felizmente hoje, agora, nao me proponho a revelações, até porque a minha amálgama mental está em forma de salada russa e estou espremida como diz aquela minha querida amiga que, tenho vindo a descobrir alegremente, tem o dom da palavra, escrita e falada. não estou espremida como ela diz, estou espremida porque estou ressacada e tenho que trabalhar e acordei cedo e deitei-me tarde e ontem mais uma vez estava no centro de operacoes de um cenário violento e conflituoso e comeco a ter medo de não compreender e especialmente de nao poder prever. é como diz o outro, poder prever e desistir do que for dar errado. não é tao grave assim, pelo menos não enquanto a sarda não cair no meu lado mas fico sempre nervosa. bem vou trabalhar, nao que tenha muito que fazer mas há que fingir bem, coisa que eu não consigo, alias suspeito que a nivel profissional nao consiga nem fingir nem realmente fazer nada muito bem... sem lamentacoes, sem palmadinhas, vá, é que estou espremida e ainda se isto fosse anti-septico, sentir-me-ia redomada, mas como não é, estou exposta ao virus da autoridade (!) e, pior e mais maléfico, à livre associação de ideas que me está a fazer escrever sem parar e daqui a pouco entra o chefe e apanha-me aqui, eu que já devo fazer pouco aos olhos dele e cá pra nos, aos meus também, e nesse momento estarei valentemente tramada! pelo menos até ao resto do dia, que é o que de mais perigoso se me avizinha neste espaço restrito que é o meu campo de visão virtual (não me refiro ao computador, nem à internet mas sim a uma ideia muito mais além, campo de visão onírico como acho que aprendi com o tão bem feitor que traduziu os livros do miller). então adeus, até breve.

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