segunda-feira, março 08, 2004

Porquê é que não me apetece ler nem escrever?

hoje fui cortar o cabelo. desculpa-me espaço virtual, se não acentuo as palavras nem as pontuo senão com o essencial que reproduza a cadência das minhas ideias. nao gosto nada do corte. estou feia. nunca gosto no primeiro dia. gosto quando saio de lá, apesar de ir sempre enfiar-me na casa de banho mais próxima pra tirar algum vapor e elevação que elas fazem sempre questao de me dar em excesso por eu nao conseguir recusar veementemente. tenho pena disto, queria ser daquelas mulheres firmes que saem de lá precisamente com o que querem, e são decididas e convictas no seu discurso. a cabeleireira nao manda nada, quem manda é a dona do cabelo. e eu nao sou assim e é o meu cabelo... não gosto dele e sinto-me frágil. o cabelo protege as pessoas, nos seus afectos, nos seus sentidos. eu não sabia mas no sábado entendi que emocoes e sensacoes são coisas diferentes e que as primeiras nao se controlam sendo portanto perigosas, ao passo que as segundas permitem uma aproximacao controlada ao universo, uma interaccao permitida. gosto disto. os actores da cidade de deus aprenderam a ser sensitivos e nao emotivos. é uma ideia fantástica. enfim, o meu cabelo e o meu ar... e desta vez nao vou gostar amanha nem depois, nem depois. nao gosto e é permanente! e nao escrevo nem leio nada. nao compreendo. Hoje é o dia da mulher e nao me sinto a celebrar nada, tristemente. a exuberancia nao mora em mim hoje, nem muitas vezes.

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