domingo, agosto 28, 2022

Sem título como os melhores quadros

Penso mil vezes em escrever. Mas quanto mais complexa se torna a vida, mais prosaicas são as palavras que tenho para a descrever, como se se tratasse de um jogo automático de equilíbrios, em que a complexidade da vida e a complexidade das palavras estivessem sempre em lados opostos da balança para equilibrar o peso dos dias e nunca se encontrassem.

As frustrações quotidianas e o machismo social esgotam-me e esmagam-me e não tenho nada para relatar. Sobra uma lembrança de inquietação metafísica e um romantismo tóxico que me desvia da realidade de forma ridícula e perigosa, qual dona de casa de meia idade a quem as aventuras (ou ideia delas) entusiasmam.

É tudo.

Ouço isto e transporto-me para o verão de 1993, no off shore, onde a pele morena era a única ordem que importava.

https://youtu.be/mfcuHzFYorM






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