domingo, setembro 30, 2007

ai, dormir, é tarde!
queria trabalhar em missões de paz e ser voluntária num país de miséria, encontrar-me na impotência da pobreza e poder realmente fazer alguma coisa tangível. não política de obras ou comissões de coordenação, mas política de luta contra a fome. demagogia, sim já sei. era o que queria. parece que aqui não há valores. já nem os mantras, que nem testei, me convencem a ir a algum lado. e estes fins de semana curiosos e diferentes só me fazem reconhecer o meu desencontro em todo o espaço onde me movo. gostei dos cavalos, já sabia que gosto de bichos. não me rodeio muito deles. mas desencontro completo. penso que sou, como chamo a tanta gente, completamente sociopata. e estas pessoas que me acompanham nestes dias estão nos seus quotidianos como deus com os anjos, caminham para onde pretendem, obtêm, a seu tempo, o que procuram, e as suas questões metafísicas têm respostas que vão vindo com a idade. eu não. todo o meu desconforto da incerteza se mantém como há 10 anos atrás. incerteza auto-centrada, é certo. e isto é o mais absurdo de tudo, a minha incerteza não é cósmica, apesar de ser assaltada por essas dúvidas de vez em quando. a minha incerteza é sobre a minha própria felicidade e destino. sobre o meu espaço, sobre as minhas expectativas, sobre mim. e não consigo tranquilizar-me. como uma adolescente de 30 anos.
dormir! é ainda mais tarde. por onde ir para contrariar este síndroma sylvia plath? para onde olhar, que caminho tomar, o que fazer? só decidir não me serve de nada, a convicção não me assalta. é preciso reaprender algo que me esqueci aos 10 anos. ou algo que nunca aprendi. é preciso acordar e ser um pouquinho mais feliz e ter mais certezas.

2 comentários:

pedragrega disse...

Queria...

Lagarto disse...

"Para quem quer ver para além das fachadas devia "entrar" mais vezes ou, pelo menos, partir do pressuposto que nem todas as fachadas correspondem ao seu interior.

Para quem quer ver para além das fachadas é porque sabe que estas tanto escondem como protejem mas nunca mostram tudo o que são.

Não creio que acredites, ou pelo menos estranho muito que o faças, que estás só e abandonado na luta do ideal de vida e que, pior, não o conheças ou não sintas que te diriges (mais depressa ou mais devagar) na direcção dele.

Mais ainda, acho que é uma procura que, se não a tens definida, é porque não a procuraste o suficiente. Simplesmente porque não aplicaste ou esforçaste para merecer o que encontras agora ou queres encontrar depois.

Por mais que saibas que nada se faz sem trabalho e dedicação, ficas à espera de qualquer tipo de euromilhões da felicidade, dizendo-te a ti mesmo, que o mereces mas nem sequer jogas.

No fundo preferes uma dose dupla de preguiça e autocomiseração (sem gelo) em que te embebedas e, na ressaca, a usas como desculpa para começar «já amanhã».
"

E se pensas que te pareço duro ao dirigir-te estas palavras, aproveito para referir que a razão das aspas no texto anterior é porque se trata de uma citação da minha consciência aquando e referindo-se a mim mesmo.

Bem haja