Escrever é melhor quando nos sentimos bem ou mal? A dor e a dúvida impulsionam mais e melhor do que a leveza e a certeza?
Diz o João Tordo no seu discurso cheio de clichês que para escrever não se pode estar demasiado bem na própria pele.
Também ouvi o Matthew McConaughey dizer num podcast que quando erra, se analiza para ver como rodear aquele charco da próxima vez que o tiver à frente.
Hoje sinto-me mal nesta pele. A pele que ontem não soube dizer não e se sentiu invadida, outra vez como na primeira, essa surpresa chocante da violência não intencional pensada prazer, os clichês da pornografia. Ou então dizer sim com intenção e estar presente, dominar o momento, decidir o rumo.
E depois aquela reunião triste, sem caráter, sem carisma, e no fim tamanha culpa e frustração. Como rodear este charco da próxima vez? Este e o seguinte e o outro a seguir e todos os milhões de charcos em que caio constantemente e me tenho que perdoar sem aprender. Não me perdoo, tento esquecer para não moer. Como aprender? Como mudar o rumo de mim mesma, os meus gatilhos, as escolhas que não se escolhem?
Quem sabe?